“Nós Que Aqui Estamos
Por Vós Esperamos”
Gênero: documentário.
76 minutos, Brasil, 1998.
Direção: Marcelo Masagão, responsável também pela produção, pesquisa e
edição do filme.
Música: Win Mestens.
Consultoria de
história: José Eduardo Valadares e Nicolau Sevcenko.
Consultoria de
psicanálise: Andréa Meneses Masagão
e Heidi Tabacov.
O documentário, que ganhou vários prêmios Brasil afora,
retrata em imagens e com trilha sonora melancólica, toda a história do século
XX. O filme mostra o lado humano da história, evocando tanto a beleza quantos
os horrores deste século. O título do filme é bem sugestivo com relação ao
contexto. Trata-se de uma inscrição que fica na entrada de todos os cemitérios.
O significado real não há, mas pode-se supor pelo contexto do lugar – “nós que
aqui estamos (os mortos do cemitério) por vós esperamos (esperam pelo
Criador)”.
Todas as fotos, os textos, os trechos e as pessoas, são
reais. São histórias que de fato ocorreram. Tragédias que aconteceram em nome
do progresso da sociedade. No documentário são mostradas pessoas que ajudaram a
construir este século que passou, tanto para o bem como para o mal. Inovações
tecnológicas que podem nos ajudar, mas que também podem nos matar, como foi o
caso da cena da invenção da eletricidade. Hoje em dia, o que seria de nós sem
eletricidade, mas ao ser usada para a invenção das cadeiras elétricas, paramos
para pensar onde tudo isso nos levou.
Uma vez vi em uma série um personagem mencionou que em 900 anos ele nunca havia
conhecido alguém que não fosse importante, e isso foi mostrado com bastante
clareza no filme. Ao invés de registrar os acontecimentos em ordem cronológica,
o diretor registrou em ordem de importância de cada um ali e também a
importância de cada acontecimento. Tanto que o filme começa de forma bela,
poética até, com cenas de uma peça de teatro francês do início do século
passado e logo em seguida, palavras passaram explicando o quão repentino foi a passagem entre os séculos XIX e XX.
Foi como se tudo acontecesse de um dia para o outro, totalmente de repente. Foi
justamente essa a mensagem que o diretor quis passar para o público, que foi um
século que passou depressa, com flashes de momentos belos e trágicos.
Todo o filme passou como uma obra de arte, além de belo é
muito difícil de ser absorvido. Inúmeras vezes, o filme pareceu muito confuso.
A parte que mais me emocionou foi justamente o fato de o diretor dar mais
importância as pessoas do que a história em si. Cada pessoa que ajudou a
construir a nossa história, que foi marcada por momentos poéticos e momentos tristes. O filme foi um
“tapa na cara” da nossa sociedade. Senti alegria ao ver todos aqueles rostos e
revolta ao ver como foram destruídos todos estes rostos. Enfim, um filme
impactante, que vai mexer com os seus sentidos.
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